segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Vênus...

Aquela tinha sido mais uma noite de casa cheia. Até o último cliente sair, já era tarde. Mas todos saíram fartos de prazer e de luxúria. Todas as meninas trabalharam muito e de tão cansadas deixamos no salão as taças semi - cheias de vinho, wisky e outras bebidas mais, e cada uma fora para seu aposento.
Estava eu a rezar a oração costumeira antes de dormir após muito tempo pensar sobre a vida e os negócios, quando de repente um barulho chamou minha atenção.
Era um gemido de mulher tão baixo que fiz enorme esforço para distingui-lo do som da madrugada.
Levantei de minha cama a fim de seguir o barulho que vinha do corredor que separava os quartos do aposento. Uma das meninas pode ter se desgastado demais e estaria passando mal, pensei.
Caminhei lentamente e notei que uma das portas dos quartos do corredor estava um pouco aberta. Sem fazer qualquer som e preocupada com o bem estar das meninas abri um pouco mais a porta para observar o que estava acontecendo. Era de lá que vinham os gemidos.
A preocupação fora em vão. Lá estava Melissa, nua na cama, de pernas abertas como se fosse parir um filho, com dois dedos de uma das mãos tocando profundamente suas extremidades mais íntimas, enquanto com a outra mão comprimia um seio farto e rosado. Melissa chegava a rebolar em torno de seus próprios dedos enquanto gemia baixinho, de olhos fechados mordendo os lábios.
Com um pouco mais de vinte anos ainda não estava satisfeita após uma noite de muito trabalho e muitos homens. Ah, Melissa, como era linda, olhos verdes e cabelos negros cumpridos, corpo bem dotado de curvas e vontade. Moça de chamar atenção de toda a burguesia quando andava nas ruas, mesmo vestida. Era uma mulher que seria capaz de despertar curiosidade até em outra mulher.
Pois então. Oportunidade foi o que não faltou. E uma mulher sábia é aquela que não precisa fingir prazer e gemer de mentira, mas sim aquela que sabe desfrutar de delícias seja de qual modo for.
Ali mesmo, no corredor me despi lentamente enquanto observava Melissa gemer e morder os lábios mais uma vez. Já estava escorrendo de prazer ao ver Melissa se tocar com tanto gozo. Entrei devagar no quarto, sem que ela me notasse. Caminhei até a cama e enquanto ela ainda acariciava um de seus seios tratei de morder devagar o outro e ligeiramente deslizar a língua gelada em torno dele.
Melissa se assustou ao ver-me. Sorriu tranquilamente quando me viu nua ajoelhada na beira da cama. Levantou um pouco a cabeça e nos beijamos prolongadamente como se as línguas quisessem deslizar pelos corpos inteiros provocando prazer e vontade de gritar e acordar a casa toda.
Mas não fizemos barulho. Não queríamos ser interrompidas na nossa brincadeira tão inocente que mulheres geralmente adoram.
Melissa se colocou por cima de minhas pernas abertas e introduziu dois de seus dedos dentro de mim ainda sorrindo e olhando fundo em meus olhos que se fecharam de gozo quando ela tocou um ponto sublime. Agora era eu que acariciava os seios enquanto ela brincava com a língua ali por fora, bem devagar...
Não demorou muito para ela me fazer gemer um pouco mais alto e contrair as pernas de gozo.
Ainda encharcada de suor e outros vestígios mais, levantei-me e deixei Melissa se deitar enquanto ela brincava com os próprios cabelos e sorria.
Deslizei meu joelho por suas partes íntimas fazendo-a virar os olhos do teto à janela do quarto que dava para rua de trás. A guiei suavemente para que ela ficasse ajoelhada de costas para mim. Não era um homem que pudesse a segurar por trás e lhe proporcionar aquele violento prazer em ser penetrada, mas era mulher experiente o bastante em brincar de bonecas a ponto de saber tocá-la estrategicamente  ao ponto de lhe oferecer mais prazer do que muitos jovenzinhos tolos.
Ninguém melhor do que uma mulher para tocar outra mulher e Melissa, ainda de costas, sente minha língua deslizar por todos os orifícios penetráveis de uma mulher. Dou-lhe uns tapas que a deixam vermelha e ela, em meio a sorrisos baixinhos e gemidos ofegantes, estremece de prazer olhando para a janela que eu, só agora, notava estar aberta e que de outra janela da casa vizinha, ainda do outro lado da rua, um rapaz roliço e burguês nos observava atento.  Era o filho caçula de Dona Sofia, uma beata gorda e fanha que não economizava críticas ao meu bordel.
Percebo que Melissa já tinha o visto desde o início do ato, e o rapaz, da janela de sua casa, parece ofegante. Então era um espetáculo que Melissa confabulara sozinha e que coube a mim nele estrelar?
A platéia estava satisfeita, entretanto, não mais que as protagonistas.
Despeço-me de Melissa com um suave beijo no rosto lhe desejando boa noite e não me dou ao trabalho de vestir minhas roupas ainda estiradas no chão do corredor.
Aquele dia dormi nua. Tão leve quanto uma pluma, por que coube a Melissa lembrar-me a leveza em sucumbir os desejos com prazer sem me privar deles. Deixaria a janela do quarto aberta mais vezes durante as madrugadas.

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