sábado, 29 de dezembro de 2007

De um cigarro a um charuto...

A primeira história, por que não começar pela linha imaginária que separa meninos de homens fazendo transcender de um cigarro à um charuto?
Posso ver claramente cada desfecho daquele dia. Era meados de junho, década de 60. Eu não havia comemorado tantas primaveras ainda, meu corpo hoje marcado pelas rugas, naquele dia era composto por linhas dilaceradas e roxos muito bem produzidos, distribuídos em pontos estratégicos.
O clima sempre intenso, o calor infernal dava ritmo ao lugar. Mesas espalhadas por todos os lados e por todos os lados fanfarrões a gastar cada vintém, mulheres desnudas preenchem a leveza do local. Estava eu sentada ao fundo onde olhos atentos podem enxergar muito além do alcance da mortalidade. Bebendo do meu copo de vodka não tão transbordante pela última golada. Entre gargalhadas ordinárias e alcoólatras saltitantes, cruza a porta e adentra o salão uma das figuras de maior decoro, o Deputado Téodorico de Menezes, um cliente fidelizado ao cachê das minhas meninas. Dessa vez algo novo o acompanhava, não sei se aquela figura tinha idade o bastante para se meter aqui, mas o seu ingresso foi pago por Téodorico quando o apresentou como seu filho e para mim isso já era o bastante.
A prosa não se prolonga por muito, logo já se sabia o que ambos vieram fazer em minha morada. A princípio, quisera o nobre deputado que eu desse ao seu filho a razão pelas quais homens fumam charutos, mas me recusei, afinal, aquela criança não deveria medir mais do que 13 cm e aos meus ouvidos certamente não produziria o rugir do leão, que, diga-se de passagem, era uma das qualidades de Téodorico. Do seu filho, com aquele porte esmirradinho podia eu esperar no máximo um som de um roedor, mas tenho o coração mole, não deixaria aquela frágil e amedrontada criança ter a sua primeira vez com uma vadia, daria a ele uma puta que tem mais qualidade. Mandei chamar a condessa Mimi, que faria o decoro da casa. Sentei-me com Téodorico de Menezes e do vinho fui beber. Enquanto ele enchia meu copo pude ainda avistar aquelas trêmulas pernas marcharem escadaria acima rumo a um dos quartos. Por certo permaneci ali, todo o resto dos acontecimentos que sucederam naquele quarto chegou aos meus ouvidos com a partida do meu velho e com o mais recente cliente. Disse a mim Mimi que:

A mão do menino gelava e a cada passo que ele executava a cima diminuía o ritmo e a extensão da próxima passada Chegou a ponto de Mimi ter que puxá-lo para que ele não parasse. Zé, como foi apresentado a nós, era um menino franzino, e com cara de garoto, cabelos bem tosados, roupa que aparentava ter saído da mente doentia das mães super-protetoras. Condessa Mimi já era fogosa, de formas arredondadas, peitos fartos, cochas grossas, ela conseguia facilmente dar sentido a palavra prazer.

Já no quarto, a condessa empurra o pequeno guri na cama, elabora uma ou duas perguntas e só obtém um balanço de cabeça como resposta, o que a desanima a manter a prosa. Então resolve executar cada vintém que ganhara por aquela noite. Premio extra por se tratar do Zé. As luzes se mantêm acesas. Condessa Mimi, sabia que o prazer visual ainda habitava as mãos daquele garoto. Ela se aproxima devagar ao pé da cama, retira o primeiro sapato do menino sem olhar o que estava fazendo, pois ela mantinha seus olhos ocupados fulminando de forma a hipnotizar o olhar inocente a sua frente. Não mais que devagar ela retirou o outro sapato deixando amostra aquele pezinho. Ainda com o olhar fixo, Mimi ergue o pé do jovem, até o seu rosto, ela deixa aflorar de sua boca a sua espessa língua que percorre cada centímetro do dedão do pé do rapaz. Ela conseguia sentir em sua boca o tremor do menino perante a sua avareza, ela o solta, com os olhos ainda atentos ela se posiciona por cima do menino deixando-o entrelaçado pelas suas coxas e braços, lentamente ela executa um beijo em sua testa. Com movimentos sutis e friamente calculados pela experiência, Mimi retira a calça bege, erguesse a sua frente, a perda da inocência passa a dar lugar ao ganho da maledicência. Mimi não levou muito tempo para limpar o canto da boca. Bastou seu lábio superior tocá-lo para ser surpreendida por um jato único. Mas a condessa era persistente, não desistiria ao primeiro gozo, ela era uma devoradora de homens, e por se tratar de uma figura ainda muito jovem, não precisou esperar muito para a próxima rodada do elixir da vida. Tratou ela dessa vez, de desistir de começar pelo começo e partir logo para o meio da história, despindo aqueles vastos peitos que cobriram o rosto do Zé, ela fez a arte de sentar em cima do rapaz, nada adentra ainda, há uma peça que ainda a impede, ou pelo menos impedia, já que condessa Mimi não tardou a se livrar dela. A respiração era de embaçar, o coração batia acelerado, o tremor do jovem aumentava a cada centímetro de aproximação, seu corpo banhava-se de suor, ele podia ver em câmera lenta a aproximação dela ao dele, e isso fazia com que seu nariz não fosse capaz de aspirar o ar sendo auxiliado pela a boca semi-aberta. Eis que chega a hora, eis que cruza a linha, eis que atinge a maturidade. A triunfante sentada da Condessa Mimi faz grunhir o mais tosco dos animais, ela podia jurar que vira uma lágrima escorrer do rosto do rapaz, isso tudo antes mesmo de executar uma outra posição. Mimi dança sobre o rapaz, sem perder de si o que a adentra. O menino se mantém estático à cama, já ela, saltitante ao membro ereto e até então satisfatório, sabendo que tudo não podia se encerrar por ali, condessa Mimi sai de cima e põe-se com uma cadela ao lado do guri, e sussurra ao ouvido dele, “vêm que a brasa ainda está molhada e o fogo ainda tem que queimar”. O menino desajeitado, sem muito saber o que fazer, se posiciona por de trás dela, sua mão trêmula estimula a si mesmo quando seus olhos se deparam com aquilo que difere homens de mulheres. Mimi percebe, até rebola um pouquinho para dar mais charme ao ambiente, mais sabia que se demorasse aquilo iria terminar ali mesmo. Por tal, ela agarra o menino por onde o sol não bate, e ela mesma dá cabo de introduzir a sinfonia ressoante.
A pouca idade garantiu a condessa Mimi um banho de porra que a cobriu as costas.
Lá se foi mais um cliente satisfeito. Mimi certamente executou um excelente trabalho já que o próprio menino já convidava o pai para voltar.
Por que no meu bordel é assim, aqui se paga pelo prazer. E é um prazer te receber.

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